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segunda-feira, 25 de junho de 2012

63 – Cadeias de valores - exemplos


Vamos explorer algumas cadeias de valores que podem ser desenvolvidas nas nossas comunidades agrícolas rurais.
 
Na generalidade uma cadeia de valores deve ter tantas atividades quantas as capacidades específicas ou profissões que existam na comunidade.
 
Uma outra maneira de pensar é – como é que eu posso fazer o melhor uso das minhas capacidades? Eu poderei ser capaz de fazer muitas coisas diferentes mas nem todas poderão ser um bom uso do meu tempo. Talvez alguém possa fazer melhor do que eu ou a um custo mais baixo.
 
Será diferente para cada comunidade e para cada situação.
 
Um exemplo de uma cadeia de valores poderia ser:
  • alguém que cria gado produz e vende estrume
  • um agricultor especializa-se para produzir e vender sementes
  • outro agricultor compra sementes e estrume produz e vende milho
  • uma pessoa moe o milho faz e vende farinha e pão
  • outra pessoa vende a farinha e o pão no mercado da cidade
  • essa pessoa compra ferramentas na cidade e vende aos agricultores
  • um agricultor ensina agricultura às crianças na escola local
Outra cadeia de valores poderia ser:
  • um agricultor planta e vende amendoim
  • uma pessoa compra algum amendoim faz e cende óleo para cozinhar
  • uma pessoa vende oleo para cozinhar no mercado da cidade
  • uma pessoa coleta cinzas das fogueiras das aldeias próximas
  • uma pessoa compra óleo de amendoim e com as cinzas faz e vende sabão
  • uma mulher compra o sabão e lava roupa para fora
Poderiamos continuar. Algumas atividades podem fazer sentido e valer a pena em algumas comunidades mas noutras não. Cada comunidade saberá escolher o que vale a pena e o que não vale. Saberá escolher que atividades serão feitas pela mesma pessoa ou por pessoas diferentes. Em alguns casos vai ser preciso experimentar para ver o que dá resultado.
 
Comunidade rurais e agrícolas têm certas vantagens – muitos dos produtos necessários estão disponíveis com facilidade nestas comunidades. O que não é o caso nas cidades ou em comunidades maiores.
 
Valerá a pena consultar os artigos seguintes. Estão escritos em Inglês, mas para quem souber ler valerá a pena:
Talvez um dia se consigam artigos em português ou se consigam traduções. Até lá irei trazendo esse material para este blogue. Um pouco de cada vez.

sábado, 23 de junho de 2012

62 – Cadeias de valor - introdução


Pela ordem natural das coisas não existem cadeias de valores em pequenas comunidades rurais, em comunidades agrículas nas zonas remotas do nosso país. E se houver uma cadeia de valores é muito natural que seja pequena, fraca e que não suporte grande parte da comunidade.  
  
Pode haver uma pequena loja onde o agricultor pode comprar sementes e fertilizante. Esta loja é talvez a mesma onde o agricultor vende o seu produto. Esta loja pode fornecer alguns dos serviços mas não todos e não a nível suficiente.
 
Em comunidades pequenas esta situação cria dependências que não são sustentáveis a longo prazo e que são muito vulneráveis a flutuações nos preços dos produtos.
 
Mas se uma comunidade puder produzir mais dos produtos de que precisa então a sua dependência na pequena loja será reduzida e a comunidade ficará mais forte por isso.
 
Vamos ver um exemplo. Um agricultor poderá vender o seu feijão na loja e comprar sementes e fertilizante na mesma loja e talvez tudo esteja bem. Mas onde é que a comunidade vai comprar vestuário, ou óleo para cozinhar, ou sabão, ou carne, ou legumes? Muito naturalmente na mesma loja e isto só vai aumentar a sua dependência e a sua vulnerabilidade a subidas e descidas nos preços e na disponibilidade dos produtos.
 
Mas se outro agricultor plantar amendoim e começar a fazer óleo de amendoim para cozinhar então a comunidade ficará menos dependente da loja e alguém agora tem outra atividade onde fazer dinheiro.
 
E se outra pessoa comprar algum desse óleo e com cinzas das fogueiras fizer sabão então mais uma pessoa tem mais uma atividade lucrativa e a comunidade vai ficar ainda menos dependente da loja. Essa pessoa pode até vender algum do seu sabão à loja.
 
Neste exemplo simples alguém planta amendoim para a alimentação mas também para fazer óleo para cozinhar do qual algum é usado para fazer sabão. Três pessoas criaram uma cadeia de valores à qual podemos adicionar mais uma pessoa que irá uma vez por semana á cidade ou à vila vender algum do amendoim, do óleo e do sabão que a comunidade não precisa para o seu próprio uso.
 
Há muitas cadeias de valores nas comunidades agrícolas. Algumas já existem. Outras podem ser desenvolvidas. Os resultados serão sempre de grande benefício para estas comunidades trabalhadoras e empreendedoras.
Vamos ver mais algumas cadeias de valores nos blogues seguintes.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

02a - Humidade nas habitações - como evitar

Falámos que a humidade nas habitações tem várias origens:
  • das cozinhas onde a água ferve, o refogado vai apurando, e a água vai evaporando das panelas,
  • dos corpos humanos que libertam vapor de água constantemente, de dia e de noite, mesmo sem estar a transpirar,
  • dos banhos porque a água quente do banho evapora.
Mas temos de considerar também a água e a humidade que entra nas habitações e que tem outras origens:
  • dos telhados que deixam entrar água das chuvas e essa água molha o interior da habitação e se evapora só com o calor do ar aumentando o nível de humidade do ar interior,
  • das paredes mal protegidas que absorvem água das chuva e depois vão libertando a humidade acumulada para o interior da habitação,
  • e do chão da habitação que vai absorvendo a humidade do terreno à sua volta e depois vai libertando essa humidade para o interior da habitação.
  
 
Esta humidade no terreno que se infiltra por baixo da habitação deixa o chão molhado, evapora-se para o interior, contribui para o desconforto da habitação, não é saudável aos seus ocupantes.

Vamos deixar os telhados e paredes para outra altura e vamos considerar agora só o chão da habitação.

Para reduzir a humidade do chão e portanto a humidade na habitação podemos tomar várias medidas:
  • construir uma fundação de pedra ou blocos de cimento,
  • elevar o nível do chão acima do nível do terreno à volta da habitação,
  • cobrir o chão com algum material impermeável.
Uma fundação de pedra ou cimento ajuda mas não chega porque a água no solo ou a água que acumula depois das chuvas penetra por baixo da fundação e vai acabar dentro da habitação ao mesmo nível a que as águas estão no exterior.
 

Por isso é muito importante levantar o nível do chão da habitação acima do nível do terreno onde a habitação está construida. A humidade que tenta infiltrar-se não penetra completamente no chão elevado deixando o interior mais seco.


Também é importante que a habitação não esteja numa zona baixa do terreno para onde correm as águas das chuvas. A água que corre á superfície mas também a água que se infiltra no terreno encontra o ponto mais baixo e entra na habitação mesmo através do terreno.
 

Cobrir o chão da habitação com um material impermeável ajuda mas não resolve o problema da humidade que tenta sempre infiltrar-se nas zonas mais baixas. Além disso esta solução pode ser mais cara.
 
Pode-se cobrir o chão de uma habitação com um material impermeável mas  por baixo do pavimento, como mostra a figura abaixo. Isto evita que a humidade penetre na camada de solo compactado que serve de chão ou de base ao pavimento interior da habitação.


Vale sempre a pena cobrir o chão de uma habitação com algum material que seja mais confortável, saudável e que ajude a manter a habitação limpa, mas primeiro é melhor resolver os problemas de infiltração de humidade antes de instalar uma cobertura do chão, um soalho ou outro tipo de pavimento.